21 de mai. de 2012


As Pombas

Vai-se a primeira pomba despertada... 
Vai-se outra mais... mais outra...
enfim dezenas 
Das pombas vão-se dos pombais,
apenas Raia sangüinea e fresca a madrugada. 
E à tarde, quando a rígida nortada Sopra,
aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas, 
Voltam todas em bando e em revoada... 
Também dos corações onde abotoam 
Os sonhos, um a um, céleres voam, 
Como voam as pombas dos pombais; 
No azul da adolescência as asas soltam, 
Fogem...
Mas aos pombais as pombas voltam, 
E eles aos corações não voltam mais.

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