12 de jul. de 2011

Feliz dia das criança;



Sinto no ar aquele mágico e melancólico cheiro que eu conheço bem. Cheiro de saudades. Cheiro que já senti antes, e que me causam profundos sentimentos, que me fazem trazer de volta a atualidade, tudo aquilo que esteve guardado. Toda a base que eu tive para me transformar em mim mesma atualmente. Saudade de ser criança. Saudade de quando soltar pipa era meu objetivo. Crescer e me tornar capaz de fazer aquilo, como os meninos da rua. E ser atriz, dentista, veterinária, trabalhar em um hospital do câncer, salvar vidas todos os dias. Eu fazia isso, nas minhas brincadeiras. Elas cabiam em uma viagem sem fim, onde eu era quem eu quisesse, e trocava essa escolha em questão de minutos. Só sabia bem de uma coisa: era a melhor coisa do mundo. Sinto a mesma sensação dos joelhos ralados, e o medo de passar remédios nos ferimentos. Lembro do medo de abandonar as rodinhas da bicicleta, e sentir medo de cair. Mas lembro principalmente de estar orgulhosa por pedalar sozinha. Lembro o quanto eu queria atingir uma idade, que eu pudesse ser ‘gente grande’. Inocência. Tudo era doce, tudo era divertido, não tinha tanta preocupação. Não sabia o que era a realidade, e nem queria saber. Acreditava plenamente que a vida real se encontrava no meu quarto, com as minhas bonecas. Não poderia haver nada mais importante para mim. Não naquele momento. Cada uma nova, cada pedacinho novo de imaginação aguçado, pronto para transformar-me em alguém que, gosta de criar. Sinto tantas saudades que quase me tele transporto para aquela época. Época que eu chorava querendo ser ‘mocinha’. Agora queria que algumas vezes, as pessoas me mimassem e não me punissem, assim como se eu fosse uma criança, inexperiente e que só quer se divertir.

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